quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cadernos de Istanbul


De repente, Istanbul

Foi uma viagem dentro da viagem, um presente de aniversário. Estávamos no coração aberto de Berlin, no Lustgarten, descansando as pernas, falando sobre livros e viagens. E assim surgiram Istanbul, os livros do Pamuk, as histórias dos sultões e de Bizâncio. Dali, fazer as malas e correr para o aeroporto. E, num estalo, lá estávamos, sob o mesmo sol, mas em outra latitude, arrepiadas de emoção, flutuando na eletricidade da cidade, os sentidos atiçados por todos os barulhos, todos cheiros, temperos, cores, azulejos, tecidos, tapetes, outros rostos, outras palavras, tantas pessoas, tantos sabores, tudo novo e tão antigo, tantos mistérios. Quando percebemos, estávamos navegando pelo Bósforo, até a próxima colina, até a outra curva, até quase chegar ao mar Negro... Se fosse possível, iríamos seguindo pelos caminhos antigos que continuariam nos levando para outras terras mais distantes, para outros mistérios e paisagens, pelo simples prazer e alegria de flanar pelo mundo e alimentar nossa curiosidade infinita.

Elisa von Randow

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