NADA ESTÁ EM SEU LUGAR
“Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
De duas folhas de grama,
Do maço — vazio — de cigarros, ficou um pouco.”
In Resíduo, Carlos Drummond de Andrade
Onze meses sabáticos, 56 cidades percorridas a pé, de carro, bicicleta, trem, barco, ônibus, balsa, feluca ou avião. A tiracolo, duas câmeras digitais e um laptop, totalizando milhares de imagens armazenadas em 20 gigas de memória. Vinte gigas de memórias. Roubados. Na volta para casa. Em São Paulo. Numa noite de ausência e frio. Momentos, passagens, fragmentos de gesto e luz, imagens legitimadoras de acontecimentos pessoais, retratos de uma identidade andarilha – tudo perdido. Tudo agora existente apenas em algumas cópias únicas impressas e também em desenhos, colagens e gravuras a reproduzirem não mais o instante, mas a memória do instante, como ruínas restauradas, em que novos e antigos materiais se misturam para remontar a realidade evaporada na fração de segundo seguinte ao fato acontecido. Em suas “memórias perdidas”, Elisa nos confronta com o fato universal – e nem sempre aceitável – de que assim que o instante muda, muda também a verdade.
Galeria do Ateliê, Urca, Rio de Janeiro.
Abertura: 11 de setembro de 2009 às 19h
Visitação: de 12 de setembro a 31 de outubro
Seg a sex de 10h às 18h | sábado de 10h às 17h
Um comentário:
amiga! já estou aqui no Rio, desembrulhando todas as coisinhas. Vai ficar lindo. Beijo! Elisa
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